Amorim - o simples assalariado


Portugal é, como diz um amigo meu, «mais do mesmo». «Não se mudam os hábitos e as mentalidades continuam bacocas. É cada capelinha por si». Esse meu amigo está cheio de razão, a mesma que todos nós, acho, partilhamos. E todos os dias vamos sendo inundados de provocações que roçam a falta de respeito por uma classe média completamente depenada. Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal coloca-se de fora da lista dourada quando questionado sobre a sua disponibilidade para aceitar um imposto especial sobre as grandes fortunas. «Eu não me considero rico. Sou trabalhador», disse, citado pelo Negócios. Nem vale a pena dizer mais nada. O «rei» da cortiça nacional assume-se como um simples assalariado. Igual a todos os que ganham 500 euros/mês - e todos os outros que vivem mal. Pois está claro, a senhores como este ninguém toca. «Mas quem te disse que a vida é justa, filha?», responder-me-ia neste instante a minha mãe da mais profunda e humilde sabedoria que detém. 

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