A 'super chefe' de Álvaro Santos Pereira

Gosto de Álvaro Santos Pereira. Gosto. Assumo. Mas hoje, o ministro da Economia, na audição no Parlamento, questionado pelos deputados, que quiseram saber porque é que a sua chefe de gabinete tem um vencimento 50% superior à sua antecessora, o governante teve uma resposta infeliz: «Porque é uma “super chefe de gabinete” e porque está a perder muito dinheiro - 50 mil euros - para trabalhar para a causa pública». Só uma pergunta para Álvaro Santos Pereira: alguém obrigou a sua «super chefe» a aceitar o cargo? Perde toda a razão, sobretudo quando tem a seu cargo o corte de cargos de dirigentes e despedimentos. Jobs for the boys é aquilo que o ministro de Economia diz querer acabar mas que fomenta, desde logo, a começar pelo seu gabinete.

Comentários

Anónimo disse…
Álvaro Santos Pereira é um académico muito reputado, um senhor simpático e, indubitavelmente, bem intencionado. Apesar disso, esta sobreposição de qualidades não determinam, à partida, que possa ser um bom governante. Oriundo da escola do além-Atlântico, o ministro Álvaro é um confesso admirador das virtualidades do mercado livre e da sua famosa auto-regulação, através da lei invisível da oferta e da procura. Sendo assim, e de acordo com as teorias que o ministro Álvaro defende, quando a oferta excede a procura o preço devem baixar. Concretamente, porque decerto não faltariam (milhões de) candidatos para o lugar de Chefe de gabinete, o salário a pagar deveria ser até mais baixo do que para coveiro do cemitério da Ajuda, para o qual a respectiva Junta de Freguesia não encontra candidatos. Ou será que afinal a famosa mão invisível, não é assim tão invisível e é apenas a mão dos interesses particulares do poder e do capital?
Por outro lado, como bem dá a enteder a Ana, a causa pública é um SERVIÇO, uma MISSÃO e só participa nela quem quer, de sua livre vontade.
Com a sua atitude o ministro não só perdeu a razão como abriu o precedente, permitindo que doravante sejam cada vez mais altos os vencimentos dos assessores políticos que NÓS pagamos, num momento trágico para a sobrevivênvia do país.
Estiveste mal, Álvaro. Muito mal, mesmo.
Ana Clara disse…
O problema é que o Estado não é o privado. E a «super chefe» se não quer SERVIR a Causa Pública, não tivesse aceite. Faltou-me acrescentar isso.

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