Tudo como dantes

As redes sociais já mudaram a vida das pessoas. Ninguém passa sem elas. Uns por necessidade de comunicação, outros por dependência, outros por carolice apenas. Os políticos não são excepção. Usam-nas de forma recorrente, por vezes, para explicar o inexplicável. Cavaco tem sido o grande utilizador e «abusador» do Facebook.
Porém, não é o único. O actual Primeiro-Ministro também. Esta tarde, na sua página pessoal, publica uma nota, única e meramente para dizer que vai de férias. Passos Coelho fala de uma «agenda exigente» o «nosso Grande Desafio como nação e como povo», como lhe chama.
«Sabemos bem que o nosso ponto de partida é extremamente débil e que a instabilidade no sistema Financeiro Europeu e Americano são travões para um percurso já de si cheio de sacrifícios, tanto na intensidade como no tempo. Esta é a nossa realidade e um dos meus compromissos com os Portugueses é nunca ocultar a realidade, de forma a que todos compreendam as razões e os objectivos deste grande esforço colectivo», escreve mais adiante. Mas que esforço colectivo se milhares de portugueses não podem fazer férias como outros milhares, incluindo Passos, que há uns meses garantia que não havia férias para ninguém, tendo em conta o exigente trabalho que tínhamos pela frente?
Neste «Grande Desafio», diz o Primeiro-Ministro que «há valores que não devemos nunca deixar para trás: dar e contar com o apoio das nossas famílias e dos que nos são próximos, nunca perder de vista a ética e o valor do compromisso para com a sociedade e, finalmente, ter a clara noção de que somos um povo de vencedores que nos agigantamos perante as maiores adversidades». E assim parte Pedro com a mulher e filhas para «recuperar algum tempo do papel enquanto marido e pai».
Os líderes europeus estão todos a regressar dessas férias – merecidas, não está em causa – porque as situações económico-financeiras dos países europeus estão cada vez mais perigosas. Por cá, tudo como dantes.

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