A culpa é toda de D. Afonso Henriques. E da senhora sua mãe, pois claro!

Ora bem. Vamos lá ver se ainda consigo escrevinhar alguma coisita da sobremesa que compartilhei com os meus camaradas portugueses à hora de jantar. Três anos sem subsídio de Natal, de Férias, fim de deduções, menos Saúde, menos Educação, menos pão na mesa. É isto, não é? Ah, mas bom, bom, é mesmo a meia horita a mais que temos de trabalhar todos os dias... Mas porquê meia hora? Cinco minutinhos não chegavam, não? Para a malta ver emails de palhaçada e estar nos chat's a falar com os amigos. Agora a sério. O País tem necessariamente de sair à rua. Sou – e sempre fui – das primeiras a apoiar a mobilização de massas. Mas há verdades que todos nós temos de entender. De uma vez por todas. Não há volta a dar. Estamos falidos. E sabemos que a mesma classe que hoje nos delapida – porque tenta governar-nos com o dinheiro dos outros – é a mesma que nos fez bater no fundo. Sabíamos que o DAAD – Dia da Austeridade à Séria – chegaria. Escrevi aqui há uns meses que a maquilhagem anunciada era apenas o aperitivo sem sabor. E é preciso dizer que a Classe Média Portuguesa está, por estas horas, ou a pensar em formas dignas de suicídio ou, quem sabe, a preparar-se para levantar as economias (se é que existem) dos bancos para zarparem daqui. Vampiros, não era Zeca? Eram, sim senhor, mas pelo menos os desse tempo eram Vampiros com honestidade. Agora, é a valer. A rua espera pelo povo, se o povo for digno da rua. Porque temo que a brandura de ser português – como se tem visto – permaneça adormecida por mais tempo. Mas tem de haver coerência. Porque é possível lutar e contestar com a mesma sensatez de quem sabe que é agora ou nunca. Porque não podemos defender os nossos direitos se não tivermos também a plena consciência das nossas obrigações. Eu, contra mim falo. Nunca fui funcionária pública. Fui durante anos um recibo verde - daqueles bem falsos - e vou sofrer, na pele, mais que muitos, o sabor amargo desta austeridade sem fim. Dificuldade essas que, por sinal, já me bateram há porta há muitos anos. Porém, deixo só uma pergunta a todos os que acham que havia outra solução perante a grave situação que o país atravessa: qual é então a alternativa? P.S. – Gostava apenas é que a tal Justiça Social que Direita e Esquerda tanto apregoam estivesse hoje presente nesta comunicação de coveiro ao País. É que a bem dessa tal Justiça Social, as medidas hoje anunciadas deviam ser para todos os Portugueses e não apenas para alguns (no caso, Administração Pública). Nos próximos dias, o Platonismo promete mais palha para a depressão. Sabem que mais? A culpa é do D. Afonso Henriques, que não devia ter batido na senhora dona sua mãe, D. Urraca. :) (Precisamos rir...vá lá, enquanto não nos colocam a cruz preta ali na raia alentejana).

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