O Jardinismo persiste. Siga.
19 horas. Domingo. 9 de Outubro. Começou a noite eleitoral no Jardim do Atlântico. Nenhuma televisão arriscava apontar um vencedor inequívoco das eleições regionais da Madeira. Começava logo por este sinal, a pairar no ar, a possibilidade de Alberto João Jardim não vir a obter a maioria absoluta, tal como aconteceu nas últimas três décadas. O dia eleitoral já tinha ficado marcado pelo episódio «negro», que ensombrou e muito o dia eleitoral, com viaturas da Empresa de Electricidade da Madeira (EEM) a transportar ilegalmente eleitores para as mesas de voto no concelho da Calheta, acompanhados de autarcas. Mas, como já se esperava, e contra toda a contra-força das previsões, o PSD-Madeira alcança nova maioria absoluta com 25 deputados eleitos, obtendo 48,6% dos votos. Em 2007, Jardim obteve 64,2% dos votos. É bom lembrar o dado, já que o resultado deste domingo é o mais fraco obtido pelo líder madeirense até hoje. Nota para a hecatombe socialista - que nem a presença de Seguro na campanha minimizou - e que fica atrás dos populares - a segunda força política - um feito que Paulo Portas deve estar, por esta hora, a comemorar no Largo do Caldas. O mais importante agora é «O Dia Seguinte», a data no calendário que marca a austeridade que aí vem e que Alberto João Jardim terá de aceitar e cumprir. Resta saber até quando o «rei» da Madeira aguentará a pressão. Ficamos sem saber o que estará a pensar Pedro Passos Coelho. Jardim está-se, claro está, nas tintas para isso. E saiu em grande daquela exígua sala onde fez o discurso de vitória e declamando «Romeu e Julieta» de Shakespeare. O Jardinismo persiste. Siga. Com menos dinheiro e com a 'Troika' insular a caminho.
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