Jornalismo e Greve

 
«5 de Novembro de 1980. Passam hoje 31 anos sobre a data do início daquela que, à época (e até aos nossos dias...) foi considerada a maior greve de sempre na Informação portuguesa. Foram 4 dias de greve. Dos 1.200 jornalistas inscritos no Sindicato, mais de um milhar aderiu à paralisação. Mas não cruzaram os braços. Com o apoio do Sindicato fizeram o "Jornal de Greve", cuja primeira página aqui se reproduz, e que eles próprios, jornalistas em greve, venderam ao público pelas ruas da cidade, gesto que se estendeu aos próprios ardinas, numa manifestação de solidariedade para com "os grevistas". Cáceres Monteiro, ao tempo Presidente do Sindicato dos Jornalistas e, por inerência, Director do "Jornal de Greve", escreveu no editorial: "A grande maioria dos jornalistas portugueses parou ... durante quatro dias, como protesto contra as condições indignas que as entidades patronais (e o Estado é o maior 'patrão' da Informação portuguesa) insistem em lhes propor. Paramos como protesto. Paramos para conseguir que as notícias que lhe cheguem no futuro, leitor ou ouvinte, lhe mereçam confiança. Sem condições de trabalho, sem um estatuto profissional definido, não há independência dos jornalistas. E sem independência não há informação digna desse nome". Foi há 31 anos. Este documento e os outros que se lhe seguem, não pretendem ser mais do que o registo de uma memória. E um abraço a todos os camaradas que participaram nesta grande batalha pela dignificação do jornalismo e dos jornalistas portugueses». 
Armando Pires. Jornalista. 

Nota Platónica: Foi há 30 anos... Era bom reflectir sobre isto, sobretudo, quando a classe atravessa uma das piores crises de sempre: de desemprego, de união e de camaradagem. 

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