No dia em que o país viu aprovado no Parlamento o OE mais duro do pós-25 de Abril, o Primeiro-Ministro, entrevista à SIC, ontem à noite, lembrou aos portugueses o que todos já sabíamos. Há um risco de o «declínio económico» em 2012 ser maior do que o previsto pelo Governo e admitiu que nesse cenário sejam adoptadas novas medidas de austeridade. Não é um aviso, é apenas uma realidade. Sabemos bem que não podemos falhar, não há margem para brincadeiras. E, por muito que isto custe a todos nós, não podemos tombar. A delapidação de muitos direitos que até agora estavam assegurados é um facto. Mas, no caso, já não estávamos no campo da lei nem da Constituição, o país há muito que vivia acima das suas possibilidades, parte desse país, encostado ao Estado, aumentando a sua gordura. Agora é «de caixão à cova». Estamos todos em choque. Estamos. Mas o choque pode ainda ser maior, nas nossas carteiras, nas nossas vidas, se a União Europeia, que caminha para o colapso do «seu» Euro tão querido, não conseguir estancar as dívidas soberanas nacionais.
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