Miguel Portas. A morte chegou cedo demais.
Miguel Portas morreu cedo demais. O eurodeputado bloquista
marcou um tempo democrático, que devia durar bem mais tempo, mas o maldito
cancro não permitiu que assim acontecesse. Goste-se ou não dele, é unânime o
contributo que deixou na sociedade portuguesa, pela forma aguerrida como
combateu as ideias políticas, ideológicas e sociais que envergava. Lembro-me
particularmente de uma entrevista, realizada em plena avenida da Liberdade, há
uns três anos, em que dominou sempre um sentido crítico invejável. A
inteligência era uma das suas principais características. E era um Homem bom
(sem cair nas frases comuns sobre as pessoas, sobretudo quando morrem, era
mesmo um homem bom). Fica um breve currículo feito pelo Público. Nessa entrevista - tal como acontecia sempre que com ele privei, o Jornalismo vinha sempre ao de cima, ensinando-me sempre coisas e experiências novas - ao despedir-se de mim, atirou: «nunca deixe de ser fiel ao que pensa, Ana. Pior que morrer pobre, é morrer despido da alma».
A nao perder o testemunho do amigo Francisco Louçã.
A nao perder o testemunho do amigo Francisco Louçã.
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