Subsídios e afins.


«Entendo que esses sacrifícios não possam ficar confinados ao sector público. Devem ser estendidos aos outros cidadãos. (...) Temos de alargar aos outros portugueses que não sejam funcionários públicos nem pensionistas». Esta é a reacção do Primeiro-Ministro ao chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes dos subsídios de Natal e férias em 2013. Neste blogue se escreveu, à época, que a medida ia ser chumbada no TC. De acordo com a Constituição, tal seria injusta e nada universal e igualitária, já que apenas dizia respeito a uma fatia da população portuguesa. E, Pedro Passos Coelho tem agora na mão o dinheiro que precisa para reduzir o défice, que pelos vistos não está a diminuir. Ou achávamos nós que retirar aqueles dois subsídios a todos os cidadãos não era, desde o início, o objectivo do Governo? Manda a Troika na nossa carteira e está consumada a artimanha austera. Estamos reféns, e não há nada que possamos fazer. A não ser...que os portugueses acordem de vez da letargia em que se encontram. 


P.S. - Platonismo só gostava que a Troika exigisse tanto do lado da despesa como tem pedido do lado da receita. Mas pronto, uns são filhos de ouro, os outros de latão....e de facto nas arcadas do Terreiro do Paço os cortes internos são apenas para os outros....os que têm de de sacrificar pela Nação (que há muito deixou de existir).


P.S.1 - Quanto a 2012, o TC decidiu aplicar o corte nos subsídios, cumprindo a exigência do que assinámos no Memorando. Resta saber porquê, já que ao contrário do que alegam os juízes do TC, tal como em 2012, em 2013, tal corte também compromete as metas do défice. Mas Vítor Gaspar já deve ter a decisão na manga para anunciar em Agosto, época em que ninguém quer saber nem de conferências de imprensa nem muito menos da Troika. E já agora, o Presidente da República já tem o discurso pronto e revisto por Pedro Passos Coelho para se pronunciar sobre o assunto? Não deve demorar.

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