Às armas, às armas, morrer, morrer.
Todos
sabíamos que 2013 ia ser um ano negro. Todos esperamos com muita angústia pelo
corte de quatro mil milhões de euros no Estado Social. Um chavão que muitos
portugueses ainda não tinham percebido efectivamente o que era.
Apesar
de o Governo esconder intenções, pedir contributos ao Fundo Monetário
Internacional e continuar a mentir à descarada, a verdade é que os senhores do
dinheiro mandaram em Dezembro a receita maravilha que este Governo não
conseguia encontrar.
O
relatório do FMI, publicado na semana passada pela comunicação social, é claro
como a água, e, apesar de não ser surpresa, trouxe alguns motivos de acrescida
preocupação.
Senão
vejamos. Resumidamente, é proposto o seguinte: cortes no subsídio do
desemprego, o despedimento de 50 mil
professores; nova subida nas taxas moderadoras na saúde e diminuição dos
serviços de saúde, cortes nos sistemas de pensões de militares e polícias,
considerados «demasiado generosos»; aumento das propinas no Ensino Superior;
despedimento de excendentários da Função Pública ao fim de dois anos; mudança
«urgente» nas tabelas salariais da Função Pública; cortes nos salários e nas
pensões e subida da idade da reforma.
Perante isto, e mediante os sacrifícios que já nos caíram em cima, a
esperança que restava, foi directamente parar às covas abertas de todos os
cemitérios do país.
Enquanto isto tudo se prepara, temos um Presidente cobarde que não teve
coragem de travar um Orçamento inconstitucional. Continuamos a ter o Estado a
injectar milhões nos bancos privados, como se a salvação nacional disso
dependesse. Tal como temos este Governo a gastar milhões com portais na
internet para promover o turismo nacional.
Se a intenção é aniquilar
Portugal, gastem o que têm para comprar armas de destruição maciça. Ou então
criem uma espécie de câmaras de gás como aconteceu, por outras razões, noutros
momentos da história recente da Europa.
Chegámos ao fim. Fim da
linha. Agora, cada um que aguente como puder. Aqui, nesta Nação valente e
imortal, já pouco resta, nem heróis do mar nem nobre povo. É mais às armas, às
armas, morrer, morrer.
Crónica Antena Livre, 89.7, Abrantes, de 14 de Janeiro.
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