Cunhal. O político que Portugal não esquece.

Foto_António Cotrim [Lusa]

Estão aí as celebrações do centenário de Álvaro Cunhal (nasceu a 10 de Novembro de 1913, em Coimbra). Cunhal, o líder que sempre fará falta ao PCP, vai ser recordado em dezenas de sessões, em vários palcos do país, capitais de distrito e outras localidades. Álvaro Cunhal merece a homenagem, pois é uma das maiores personalidades intelectuais e políticas do século XX português. Sempre recusou o papel de herói individual, mostrou isso mesmo ao partido, mas o partido sempre o colocou acima das leis internas, precisamente como recompensa pelo que o histórico líder fez pelo emblema comunista. Era um homem fascinante e estas celebrações são mais do que justas. Recordo uma das frases que sempre guardei de Cunhal através dos livros que sobre ele li. Proferiu-a quando estava exilado na União Soviética, em 1962, e durante uma entrevista ao jornal Pravda: «Interrogam-me muitas vezes sobre a minha vida. Gostaria de dizer o seguinte: a minha vida é inseparável da vida de todos os comunistas de Portugal». Este é o político que Portugal não esquece, este é o Homem se apresentou nas suas mais variadas facetas ao partido de sempre e ao país, ao outro, que acreditava em convicções profundamente opostas. É por isso que Álvaro Cunhal se transformou, para um povo inteiro, num figura acarinhada, que respeitou os outros mas que, acima de tudo, exigiu o mesmo respeito. 

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