Futebol, fado e Fátima. A sina de sempre.
Entre um sábado de futebol de emoções
e hoje, dia em que se celebra o 13 de Maio em Fátima, olho para o país e só
falta mesmo o último elemento que nos caracteriza. Mas o fado, depois do
futebol e de Fátima está bem patente à nossa frente e todos os dias na nossa
carteira. O fado de um país que não pode contar
com políticos responsáveis, o fado de um país que vê a taxa de desemprego a
bater novo recorde, o fado de um país que vê os seus velhos serem apunhalados
por um Estado que não é de bem na hora de devolver o dinheiro das suas justas
reformas. Taxar as pensões, como tenciona o
Governo fazer, é um crime de lesa-pátria, e abrangerá indiscriminadamente todos
os idosos. Obviamente que isto tem, como já aqui o disse na semana passada, um
enorme impacto social. Sabemos que Portugal tem um problema
de sustentabilidade no sistema de pensões e na Segurança Social em geral, e
sabemos também que é urgente fazer várias correcções mas, uma coisa é certa,
duvido muito que o Tribunal Constitucional aceite cortes nas pensões podem ser
retroactivos. Cortar na despesa do Estado, invoca
Gaspar e Companhia, é cortar, como estamos a ver, nas reformas. E este, a meu
ver, é o pior caminho estrutural que se pode seguir, é enveredar pelo rumo mais
fácil, colocando em causa direitos consagrados, mudando as regras do jogo a
meio, apenas e só porque os financiadores externos assim o querem. Cada vez mais esta coligação está
ferida de morte, sem coordenação, cumprindo apenas o Memorando e, em alguns
casos, indo até mais longe. Um Governo sem identidade, que não negoceia, que
diz «sim» a tudo como se a Troika fosse o Papa não defende o interesse nacional, defende acima de tudo interesses desgarrados de quem apenas empresta
o dinheiro e não conhece os reais problemas do país. A menos que queiramos um país sem
povo, então, aí sim estamos no caminho certo para o conseguir. Resta saber se
restará poder e território para completar o último capítulo desta história que
mais parece um pesadelo.
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