Mandela. O político perfeito.
O Mundo chora a morte de
Nelson Mandela. A notícia, que sabíamos, iria chegar mais tarde ou mais cedo,
não deixou de perturbar o Planeta. De Norte a Sul, da Ásia à Europa, de África
à América. Da vida do primeiro Presidente negro da África do Sul já tudo foi dito, escrito e reescrito. Nada
mais há a acrescentar ao longo e doloroso também capítulo terreno do líder da
luta anti-apartheid e que foi muito
mais que um político global, como agora lhe chamam. Eu iria mais longe: foi um
político perfeito. Os
seus actos são frequentemente lembrados como exemplo para outros. As suas
palavras ressoarão durante muito tempo como lições de vida. E o percurso de
Mandela, de prisioneiro a Presidente, é a melhor ilustração da promessa de que os
seres humanos e os países podem sempre mudar para melhor. Basta que nos
lembremos de como abandonou o poder, após ter cumprido apenas um mandato, num gesto ainda
demasiado raro em África, mas que soube sempre ser influente apenas e só para
melhor a vida das pessoas, que soube unir a África do Sul e foi sempre a massa
que manteve unida uma Nação. Com a sua morte, surgem dúvidas sobre como vai ser
o futuro de uma África do Sul onde a violência racial ainda não parece ter
desaparecido totalmente, mas onde o exemplo conciliador de Mandela é um
argumento tão forte que poucos ousam ignorar. Por agora, é tempo de o mundo
chorar um grande homem, um exemplo tremendo para a humanidade. Que o Mundo
guarde dele tudo o que nos deixou de melhor e da sua genuína forma de estar
entre nós. Só assim podemos ter esperança no futuro. Porque, como disse Madiba
um dia, está nas nossas mãos fazer
do mundo um lugar melhor. Continuará a ser o farol da História, continuará a
ser a esperança dos nossos sonhos, e semeou como poucos uma esperança chamada
paz. Saibamos nós regá-la para honrar a história de um homem que é também, como
escreveu o jornal i na semana passa, o homem das nossas vidas.
Até sempre Mandela.
*Crónica semanal, de 9 de Dezembro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes.
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