O CDS e as presidenciais de 2016.
Hoje, em
entrevista ao i, Pires de Lima, o grande amigo de Paulo Portas, e actualmente
ministro da Economia, fala do congresso do CDS, no próximo fim-de-semana, e
considera ainda que o actual vice-primeiro-ministro «pode ser um bom candidato»
a Belém. Diz Pires de Lima que razões para isso não faltam a Portas, nomeadamente, o
facto de ter dado provas suficientes em matéria de governação. Conheço Pires de
Lima há muitos anos. Tenho-o como um homem íntegro, um excelente gestor mas, na
política, apesar de lhe conhecer o gosto, e até mesmo a «queda», Pires de Lima
nunca teve o dom da oratória que os animais dos tempos modernos julgam que aprenderam com a Grécia Antiga. Percebe-se que
seja o maior apoiante de uma eventual candidatura do seu melhor amigo à
Presidência da República em 2016. Todavia, também sabemos que Portas é aquele «ratinho»
que sabe mover-se nas teias das lides partidárias e políticas. Sempre que
chegou ao poder, depois de ressuscitado (em teoria, pelo menos) o «partido do
táxi», foi sempre como muleta do PSD. Por isso, o sonho do animal pode até vir a
ser concretizado, mas a tareia, essa, será tão grande, que precisará de muito
tempo para curar as nódoas. Dizemos nós, que nestas coisas, as urnas são sempre
uma incógnita. Mas se, porventura, vier a protagonizar tal candidatura sozinho, vai ser bonito de ver, ó se vai. E a seguir vai ser melhor ainda. Como o próprio Pires de Lima admite, Portas e o partido confundem-se num só, e a dependêndia do partido em relação a Portas vai ser algo decisivo para o Caldas. Nuno Melo é o desejado. Mas também eu própria já acreditei mais nessa possibilidade do que hoje. Basta olhar para a forma como Portas morre e renasce todos os dias, se preciso for. E a verdade é só uma: Nuno Melo não é Pires de Lima, o grande amigo de uma vida.
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