«Os anagramas de Varsóvia» são também os nossos. Ou talvez não.



Imagem durante a revolta do gueto de Varsóvia. Maio de 1943.

«Os anagramas de Varsóvia», de Richard Zimler, é uma obra difícil de digerir, ainda que o autor a assuma como um romance policial. Faltam-me 80 páginas para o concluir e, até ao momento, posso dizer que é possível chorar lágrimas de sangue. De sangue por aqueles que foram obrigados a vive no conhecido (e triste) gueto judaico de Varsóvia, criado no Outono de 1940, quando os nazis encerraram quatrocentos mil judeus numa pequena área da capital da Polónia, criando uma ilha urbana cortada do mundo exterior. Foi o maior dos guetos judaicos construído na Polónia durante o Holocausto. A nossa vida hoje, mesmo com Troika, é um hino comparada com os registos históricos que, mesmo em jeito de romance, nos relata a página negra da II Guerra Mundial. Mais uma sugestão platónica, que deve ser lida com muita paz de espírito. A par de «Ao sabor do Paraíso», de que aqui já falamos, as nossas vidas, no fundo, ao longo de toda a história, podiam perfeitamente ser lidas na forma de anagramas. Alguns gostariam. Outros, nem tanto.

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