Parasitas que não merecem os lugares conquistados.
Na semana passada registou-se na
Assembleia da República um dos episódios mais lamentáveis de que há registo na
casa a que chamam da Democracia. De Democracia nada teve a proposta do PSD que
defende um referendo nacional sobre a adopção e coadopção de crianças por
casais do mesmo sexo. Todos sabemos que a matéria é sensível, de princípio e
também de convicções individuais. É certo que a convocação do referendo terá
ainda de passar pela fiscalização preventiva obrigatória do Tribunal
Constitucional e, em última instância, dependerá da decisão do Presidente da
República. Aconteça o que acontecer, ficou claro o carácter de Pedro
Passos Coelho, do presidente da Juventude Social
Democrata, Hugo Soares (mentor da iniciativa), bem como dos
parlamentares sociais-democratas que votaram a favor da consulta popular. A
juntar a esta lamentável cena de terceiro mundo, logo surgiram dos armários a
cheirar a mofo os esqueletos radicais que se opõem à adoção e coadopção de crianças por casais do mesmo
sexo. Um País evoluído é também um país que
aceita o outro na diferença. Um país justo é aquele que ama o próximo de forma
tolerante. Esta é uma questão fracturante em qualquer sociedade, mas também é
nestes momentos que as sociedades se distinguem pela sua sensibilidade. A estes
preconceituosos e veiculadores de ódio que por cá se pavoneiam, só tenho uma
coisa a dizer-lhes: o amor não pode nunca ser referendado. Mesmo que o tentem
pelas vias ao seu dispor. Seja como for, a minha esperança, é que estes
parasitas, que não merecem as cadeiras do Parlamento onde se sentam, sejam
riscados do mapa. Para isso, só a força da tolerância poderá ser eficaz. Cá
estaremos para lutar contra estes males que tristemente ainda existem na
sociedade portuguesa do século XXI.
*Crónica de 20 de Janeiro, Rádio Antena Livre, 89.7, Abrantes.
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