Um Planeta que é de todos.

Hoje quero abordar um tema que é, na minha opinião, extremamente positivo e importante para o País. E se por cá anda a Troika, numa imposição incessante de cortes nos salários, nos gastos da Administração Pública e na redução do défice, na verdade, há sectores que registam um caminho de sucesso. Falo-vos da sustentabilidade urbana. O problema das cidades, como sabemos, atravessa várias realidades. A poluição urbana, sabemo-lo, é o problema mais difícil de resolver. Nas grandes manchas metropolitanas, como Lisboa e Porto, é uma tarefa hercúlea, a não ser que se limite a entrada de automóveis nas cidades, ou, que se aplique uma taxa a esse mesmo acesso. Contudo, politicamente, é uma medida polémica e que fere muitas sensibilidades. Mas temos o outro lado. Ciclovias a florescer por dezenas e dezenas de cidades e vilas, espaços verdes que permitem a coabitação da Biodiversidade com as populações, numa sintonia perfeitamente viável, e iniciativas pedagógicas associadas ao Ambiente. Os passeios pedestres, as caminhadas pelas matas nacionais e actividades de observação de aves são outros exemplos de como Portugal percebeu finalmente que tem recursos naturais únicos no mundo, preservados, e que podem e devem ser aproveitados. Abrantes é também um bom exemplo disso e que constato sempre que regresso. Espaços verdes, zonas pedonais, iniciativas verdes também nesta terra têm lugar. E fico feliz por isso. A economia verde passa pela sustentabilidade ambiental e natural. E se pensarmos que o nosso bem-estar é também o dos outros, então talvez valha a pena lutar por este Planeta, que o Homem, no passado e no Presente, ainda se esquece de manter intacto.

Crónica de 10 de Fevereiro, Antena Livre, 89.7, Abrantes.