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Abril está mais vivo do que nunca!
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Foto_Alfredo Cunha |
Na semana passada falei nesta
antena sobre a forma como eu, filha da Liberdade, sinto e olho para a Revolução
de 1974, bem como para tudo quanto ela nos trouxe. Hoje, volto ao tema,
sobretudo porque, em vésperas de mais um 1.º de Maio, é fundamental lembrar que
o povo português pode parecer apático a tudo quanto por cá se tem passado, mas
não, não está, e as almas do poder que não fiquem descansadas porque há vida no
meio do povo. Em 2014 o calendário marcou
uma data redonda em Abril. 40 anos de Revolução. 40 anos de conquistas. E, na
verdade, o que vimos por estes dias, de norte a sul do país, trouxe ao de cima
o melhor que os portugueses têm dentro de si. Vimos sorrisos, lágrimas e
orgulho num momento marcante das comemorações de Abril. E se nos últimos tempos
parece ter deixado de haver esperança em todos nós, pela forma calma como temos
assistido à destruição de direitos inalienáveis pela Constituição, no fundo,
percebemos também nestas comemorações do 25 de Abril, que cá bem dentro de
todos nós, reina a revolta, a tristeza e a dor por tudo quanto nos têm feito. Abril está mais vivo do que
nunca. E o poder instalado, que tem servido unicamente os interesses dos
credores internacionais sem ter em conta as pessoas, mais dia menos dia, cairá,
como caiu há 40 anos o poder totalitário da cadeira do Estado Novo. A menos de um mês das
eleições europeias, assistimos por cá à cantiga do costume, dominando a
cegueira da propaganda eleitoral. Os únicos que estão com boa visão são mesmo
os cidadãos que, não tardará, esgotarão a sua paciência. Os senhores do poder que se
cuidem porque o povo português pode parecer dócil mas chegou ao fim da linha do
sacrifício. E não, o povo não aguenta mais, ao contrário do que pensa o
presidente do BPI, Fernando Ulrich. Resta saber quando a corda partirá. E quando partir, meus caros
ouvintes, será o poder, que hoje tudo pensa que pode, que ficará com um grande
problema em mãos. Um dia, esteja ele próximo ou
distante, os políticos irão perceber que o seu lugar, na História da Democracia
portuguesa, ainda tem um legado triste para escrever.
*Crónica de 28 de Abril, Rádio Antena Livre, 89.7, Abrantes. Podem ouvir também aqui.
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