Lisboa. A resistência em ti.
Abraços que se dão, sonhos que o mar resgata,
esperanças que as ondas devolvem. Numa cidade que é minha, entre
muralhas que me aquecem, há sempre uma estória que nos embriaga, neste
jeito tão fácil que é ser tua amante. Assim nos envolvemos, nuas de
tudo, em olhares cúmplices, nas noites mais gélidas e nos dias mais
sufocantes das estações. E no enamoramento, seduzes-me em cada pecado de
ti, em cada tentação que incorporas, sedenta de seres a mesma ao longo
dos séculos passados e dos que estão para chegar. Hoje vinguei-me,
Capital do Reino, porque daqui, domino-te em todos os movimentos, com a
bênção do Capitão Maia, que esvoaça mesmo aqui em baixo, no ano 40 da
Revolução. E gritas por Liberdade, implorando a Libertação de um Povo
que resiste. Porque resistir é o tudo e o nada que há-de vir.
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