Portugal: sozinho com o seu próprio destino.
Conta a imprensa deste sábado que o Governo ameaça com uma
crise política, em modo de eleições antecipadas, caso o Tribunal Constitucional
não chumbe pelo menos duas das medidas consideradas inconstitucionais há uma
semana: a contribuição de solidariedade sobre as reformas
e a futura tabela salarial única na função pública. Pois bem, estas ameaças da maioria cheiram a
despotismo, a arrogância e a muita falta de carácter político. A bem dizer,
acabou-se a galinha dos ovos de ouro, vulgo austeridade em cima do povo. Já não
há esqueleto que aguente. E com o maior partido da oposição em cacos, e mais
interessado em discutir a sua liderança, o povo, esse triste objecto de ensaio
social, fica, cada vez mais à mercê do seu destino. É triste olhar para este
país e para a situação a que chegámos e perceber que a classe política está em
decadência a pique. Um dia, a História escreverá muita coisa. E essas páginas
já estão bem negras de muita falta de visão nacional.
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