Portas e a falta de vergonha.
A propósito
dos 40 anos do CDS-PP, ouvi Paulo Portas, o querido líder, falar, de boca
cheia, dos contributos do seu partido para a democracia portuguesa e a importância
que o seu líder dá ao percurso do partido do Caldas, sempre chamado ao poder «em
momentos importantes na vida do país». Quanto à retórica já conhecemos as
manhas de Portas, manhas, no caso, que são dons de quem anda nestas lides há
muitos anos. Contudo, o mais chocante, foi ver o líder dos democratas-cristãos
defender «impostos mais amigos das famílias». A memória é curta para aqueles
lados e a falta de vergonha uma causa cada vez mais abraçada. Mas a memória
platónica é tudo menos curta e bem nos lembramos da bandeira do
CDS no tempo de José Sócrates em São Bento: «CDS, o partido do contribuinte! CDS, o partido
amigo das famílias, pensionistas e afins». É preciso ter muita lata para
persistir na falta de respeito aos portugueses e, sobretudo, ao eleitorado
centrista. E nomeadamente depois destes anos de coligação de direita onde foram decretados sobre os contribuintes os maiores ataques fiscais de que tenho memória. Seja como for, há coisas que nunca mudam. A falta de vergonha de
Paulo Portas é uma delas.
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