Momento «Em nome de ti, ALA», dia 274.
Momento «Em nome de ti, ALA», dia 274: «No outro dia, em casa da minha mãe, pus-me a olhar os retratos nas cómodas, tentando compreender a diferença entre os mortos e os vivos. Nunca compreendi muito bem o que é estar morto, conforme não compreendo muito bem o que é estar vivo. Todas as fotografias continuam a falar, não em silêncio como eu pensava ou sou eu que falo nelas, por eles? A minha avó, criança, continua a ser assim ou transformou-se na senhora que depois conheci? Qual delas é, de facto, a mãe da minha mãe e qual das várias representações, que se convencionou ser eu, a sente como do seu sangue? E qual das representações do que sou escreve isto? A morte significará não estar ou, apenas, uma ausência episódica? Aqueles que se convencionou terem morrido e, portanto, haverem-se extinto, como se extinguiram dado que me aparecem nos sonhos, dado que existem na minha cabeça, dado que continuam a modificar-se em mim? Se, por exemplo, penso: - Agora estou em paz com o meu pai».
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