Momento «Em nome de ti, ALA», dia 284.
Momento «Em nome de ti, ALA», dia 284: «Sou uma pessoa
anónima. Não tenho nenhuma importância colectiva. Faço uns livros que espero
que daqui a 500 anos ainda dêem trabalho aos críticos. Já cá não estou para
ver. Como os Jerónimos. Entre o Camões e o Vasco da Gama! Vivemos em função de
eternidades, de maneira que não morremos nunca. Por exemplo, a minha mãe: são
eternidades de um ano, dois anos, ou cinco anos. Quando temos 20 anos vivemos
em função de eternidades que nunca vão passar. O que é tremendo é ver um muro
no fim da estrada. E para a maior parte das pessoas, o muro pode estar a uma
distância de três metros, mas esses três metros não vão passar nunca. Olhe a
Maria Antonieta no cadafalso, a dizer para o carrasco: “Só mais um minuto,
senhor carrasco”. Aquele minuto, para ela, era uma vida inteira».
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