Momento «Em nome de ti, ALA», dia 286.
Momento «Em nome de ti, ALA», dia 286: «Escrevo
com mais facilidade agora e, durante muito tempo, tive dúvidas quanto
àquilo que fazia. Mas agora não tenho nenhumas, sei perfeitamente o
que aquilo vale. Eu tinha a paixão do Steiner, tinha lido todos os livros
dele e ele disse numa entrevista que tinha vergonha de me conhecer
porque era pequeno de mais ao pé de mim. Fui a Cambridge e estivemos
juntos. O homem mais fascinante que já vi. Tem o piano do Darwin em
casa. Tinha manuscritos, a biblioteca, a simpatia dele, a inteligência…
estivemos ali uma tarde inteira. A Faculdade de Letras deles publicou
uma separata com essa conversa. Ele tem um gosto tão seguro. Estávamos
a conversar sobre livros e, a certa altura, eu comecei a falar de O
Monte dos Vendavais, disse que gostava muito da Emily Brontë. E ele olhou
para mim e disse: “Mas não acha o livro um bocadinho histérico? Não
acha que a mulher é uma histérica?” E de repente dei por mim a olhar para
O Monte dos Vendavais e para a Emily Brontë com os olhos dele. Ele
tinha razão: o livro é completamente histérico. Ele achava que não havia
escritor nenhum em Inglaterra. Aliás, isso é uma coisa dramática
que se passa hoje: não há grandes escritores em parte nenhuma. As
editoras estão sempre a perguntar-me se conheço alguém. Em França não têm
um único. Julgo que os computadores…».
Encontro com Steiner ver AQUI.
Encontro com Steiner ver AQUI.
Comentários