Momento «Em nome de ti, ALA», dia 339.
Momento «Em nome de ti, ALA», dia 339: «Passei por coisas difíceis nestes
últimos anos em que tinha muitas probabilidades de morrer e o que é engraçado é
que não tinha medo. Estava tão espantado e indiferente, demasiado absorvido
pelo sofrimento físico, que foi brutal. Passei por uma quimioterapia de grande
violência. Não sabia se ia viver ou morrer. Só gostava de viver mais uns tempos
porque tinha mais uns livros dentro de mim -- e sinto que ainda tenho – e
queria escrevê-los. Mas não queria que Deus me salvasse da morte. As noites nos
hospitais são tremendas. É um bocado como conta o Proust, ficar à espera da
manhã como se a manhã salvasse de alguma coisa e não salva de nada. E depois
pensava: tenho vivido tão mal...».
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