A Lisboa de Janeiro.
O frio de Janeiro faz de
Lisboa uma cidade-menina e serena. Como os cheiros de Junho, os aromas de Maio,
o calor de Agosto ou os postais de Outubro. Subi ao castelo a meio da tarde. Na
mão levava uma caneta, um bloco de notas e a máquina fotográfica ao peito. Das
portas do Sol avistei o Tejo, calmo, sereno e pintado pela luz de um sol que
abandonava a cidade à medida que o final do dia se impunha. As temperaturas
deixavam os corpos e os cérebros incapazes de reagir. Apenas a alma fervilhava
e os olhos brilhavam. Cá em baixo, da Praça da Figueira, ainda as cores
guerreavam. Minutos depois, chorava-se nos Restauradores. E aos pés da
Liberdade a despedida sentida, entre o bulício da noite já instaurada e os
cheiros e ruídos que chegam pela calada.
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