Renata Muller, à luz do Fuhrer, «a puta enfarinhada que dormia com os porcos dos judeus».
Renata Muller na imagem ao lado de Adolf Hitler |
Renata Muller foi uma das muitas paixões de Adolf Hitler.
Atriz, cantora e dançarina, nem sempre teve com o ditador nazi uma relação
serena. Ascendeu naqueles negros anos 40 do século XX muito porque Goebbels,
que não perdia oportunidade para fazer a corte a uma mulher bonita, usou, como
quis, da sua influência no ministério da Propaganda do III Reich, para a colocar em toda a imprensa e palcos da Alemanha
nazi. Na obra “Hitler”, de Giulio Ricchezza, que ando a devorar, consegui
finalmente perceber a relação de Hitler com a misteriosa Renata. Há uma passagem, depois
de Hitler ter descoberto a famosa «traição de Paris», que revela (em muito, só entendível no contexto da obra)
parte de uma personalidade monstruosa e maquiavélica como a que ele criou. «Puta,
puta enfarinhada que dormes com os porcos dos judeus. Eis como passas o teu
tempo. Não é para o cinema que és feita, mas para os passeios de Berlim: é isso
que te falta, pois divertes-te com qualquer pessoa… Sim, sei tudo, estou ao
corrente da viagem a Paris, sei que te conduzes como uma mulher danada, mas não
me podem ultrajar desta maneira, sou o Fuhrer». E por aqui me fico. Há monstrons e monstros. Hitler supera-os a todos. [E já não aludo sequer a Eva Braun, essa outra figura que tinha tanto de controversa como de frágil...além de que «puta enfarinhada» é de uma imaginação de outra esfera, de facto]. Hitler continua a potenciar tanto interesse em mim como pavor. É isso que me apaixona na personagem e numa das histórias mais negras da Europa.
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