Com amor, dedicado a ti, Lisboa, menina e moça!



Lisboa está na moda, como agora muitos por aí dizem, e é uma das cidades europeias mais visitadas. E o mês de agosto (já) não é exceção. Esta semana partilho com os ouvintes da Antena Livre as sensações de uma nómada abrantina, que há muitos anos saiu do berço em busca de uma outra vida. Lisboa é a minha segunda casa desde que me lembro de ser gente. E também desde que me mudei para cá nunca testemunhei tanta vida neste querido mês de Agosto. É, pois, o Turismo, o motor da vida que por estes dias se injeta na capital. Em qualquer recanto, ruela e avenida há sempre um mar de gente que fala outras línguas. Os números do turismo lisboeta falam por si, sendo que, de acordo com as entidades oficiais, mais do que duplicou na última década. Muitos dos que aqui moram e trabalham começam a ficar cansados de ter sempre filas em todo o lado, esperas e mais esperas, os transportes públicos à pinha de espanhóis, ingleses, franceses, italianos, japoneses e por aí fora. E este é, ainda para esses, um dos maiores objectivos a cumprir. Fazê-los perceber o quão importante esta enchente representa para a cidade, para o país e, sobretudo, para os cofres públicos. Um dos fatores que originou este boom de visitantes prende-se, sobretudo, com a evolução positiva ao longo dos anos de um processo de desenvolvimento turístico para Lisboa. Quem por cá estava, sabe-o bem. As campanhas de comunicação no estrangeiro para que Lisboa chegasse às bocas do mundo fizeram o resto. E Lisboa é hoje um exemplo de como se traz mais gente. E de como se gera mais dinheiro. E quando o novo terminal de cruzeiros estiver pronto, estima-se que a coisa seja ainda melhor. É por isso que, olhando para o exemplo da capital, melhor era ver outras cidades a fazerem o mesmo. Porto, Évora, Braga e Guimarães são outros bons exemplos. Contudo, quem por cá nos governa, desde o Terreiro do Paço à Junta de Freguesia «lá do sítio», devia pensar que este é o Portugal que temos e não aquele que conta. No Interior do país cidades como Castelo Branco, Guarda, Portalegre ou Chaves, só para citar algumas, têm uma riqueza turística enorme. Dinheiro não há, e localmente poucos são os esforços que chegarão lá. Era bom que pensássemos todos, coletivamente, nisto. Talvez um dia sejamos capazes. 

*Crónica de 10 de agosto de 2015 na Antena Livre, 89.7 Abrantes. OUVIR.

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