Coisas que jamais entenderei.




Uma das razões que me tem afastado das redes sociais é simplesmente não conseguir lidar com opiniões pouco democráticas, egoístas e, desculpem-me a expressão, ignorantes. Serve o post de desabafo devido a comentários que tenho lido por aqui. De portugueses. Portugueses que recusam a ideia de o país receber refugiados. Portugueses que acham que só porque temos problemas financeiros, estruturais e sociais, não querem «gente dessa» (uma das expressões que li). Mesmo que puxasse aqui pelo número de pessoas, refugiadas, migrantes, «gente» que foge da morte e das balas (coisa que esta gente não pode imaginar o que seja, calculo) que se inserem num número de quotas obrigatórias imposta pela União Europeia, o mais importante não será esse argumento. O que mais me dói e custa é ver portugueses que acham que as imagens que nos chegam são fabricadas, empoladas pela comunicação social (que muitas vezes exagera, é certo), e que servem apenas para colher o sensacionalismo. Aceito todas as opiniões divergentes da minha. Compreendo quem pensa diferente de mim. Aceito o debate sobre os problemas sociais que esta crise pode provocar nas sociedades ocidentais. Mas a vida humana, o direito a lutar pela vida e pela dignidade, na minha opinião, é maior que todos os problemas que se podem seguir. Os resistentes, ou aqueles que pensam que a Europa não pode aceitar tanta gente, que olhem para o centro da Europa e para o país que há 70 anos protagonizou o maior massacre dos últimos séculos. Hoje, por essas terras, por esses comboios e por esses muros que hoje se erguem há pessoas. Pessoas. A Declaração Universal dos Direitos do Homem explica o resto, desculpem-me a redundância. Simplesmente não consigo entender certas posições que roçam o neonazismo. A imagem é de Auschwitz. 

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