Catarina Martins: a vencedora esperada.
Se há coisa
que estas eleições não defraudaram foi o sentimento que Catarina Martins fez
sentir ao eleitorado no último mês. A líder do Bloco de Esquerda demonstrou, de
forma surpreendente, como se galvaniza um eleitorado descontente, como se chega
às pessoas. Catarina fez o que tinha a fazer. De forma escorreita e sem entrar
em guerras de esquerda. Cumprindo o papel que lhe cabia: disparando todas as
balas para a direita. Conseguiu-o, na perfeição. Pela primeira vez descolou da
chamada «cassete» que tantas e tantas vezes pareceu ser. Renasceu das cinzas,
depois de todos – incluindo Platonismo Político – ter vaticinado a morte
antecipada. Ultrapassa o PCP, pelo menos até agora e com 37 freguesias por
apurar, e demonstra à esquerda como se capitalizam votos entre descontentes,
quatro depois de uma austeridade tremenda. Catarina é, pois, a nosso ver, a
grande vencedora entre os líderes desta noite. E fez aquilo que António Costa
não teve engenho (e que provavelmente o prejudicou muito): diz, depois das eleições, que
rejeitará qualquer orçamento de direita no Parlamento. Depois das eleições,
repito.
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