Legislativas 2015. Vitória(s) de Pirro e a responsabilidade desejada.
A maioria
relativa que PSD e CDS obtiveram esta noite revela bem a escolha dos portugueses.
Ela obriga a Oposição a desempenhar um papel fundamental na vida política do
país e nas nossas vidas. É claro o voto de protesto dos portugueses contra a
coligação, contra a dureza das medidas impostas e contra muita injustiça social
criada. No Parlamento há agora muito a negociar, o centro-direita terá de ter
uma outra atitude perante a forma como apresentará propostas. O Orçamento do
Estado para 2016 será o primeiro e maior teste de chamas. Maiorias absolutas
podem trazer estabilidade política mas a estabilidade não é tudo. E este cenário faria mais sentido se tivéssemos
uma Oposição responsável, e em que as nossas vidas pudessem ter uma defesa mais viável. Assim
o desejo, ainda que não acredite nesse cenário. Vitórias esta noite? Só de
Pirro. Exceção feita ao BE. Seja como for, o maior número de votos tombou para a frente de direita. Veremos como evolui esta semana na correria a Belém e na forma como Cavaco vai gerir o dossier.
P.S. – Maiorias
relativas impõem cautela. A palavra «humilde» foi a mais ouvida esta noite por
quem sabe que perdeu terreno para decidir unilateralmente. Repito. Isso não é
necessariamente mau. Aos que acham que daqui a dois anos (ou menos) iremos de
novo às urnas, espero que tal não aconteça. Isso significaria que, da esquerda
à direita, a palavra «cedência» venceria os fantasmas da irresponsabilidade.
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