Redes sociais: um campo de batalha a evitar.





O país está suspenso com os resultados eleitorais das legislativas. A democracia está a funcionar. E é preciso tempo, obviamente, para que todas as partes conversem. Os comentadores online florescem como nunca. Sapientes, asseguram que o melhor é «assim», «assado» ou «grelhado». Contudo, a calma aconselha-se. Nas redes sociais – onde o ódio prolifera há muito e que me afasta cada vez mais – matam-se pessoas, desfazem-se percursos de uma vida – de políticos, é certo -, não se racionalizam as palavras, pelo contrário, elas saem com toda a emoção que existe no Planeta, quase sempre para atingir o outro lado da barricada. Ofendendo. Disparando em todas as direções à queima-roupa muitas vezes. O país real não é o virtual. O país real está nas mãos de pessoas reais que deviam ser mais respeitadas. Gostando nós ou não delas. Considerando nós que elas são competentes ou nem tanto. Os factos são claros. Houve um vencedor das eleições, que não reúne as condições de governação exigidas, segundo Cavaco. A Constituição é clara: são os mandatos que contam (e a esquerda aqui tem os números de votos do seu lado). Mas isso também não impede maiorias relativas, como já aconteceu no passado. E há depois a legitimidade política para governar – que pende mais para a coligação de direita, que se apresentou ao eleitorado dizendo ao que ia. Coisa que a esquerda não fez, indo separada, cada uma por si e até mesmo assassinando-se a partir de 3 postos, em plena campanha eleitoral. Seja o que for que suceda, a democracia está a funcionar. Os danos colaterais, meus caros, seja à esquerda ou à direita, arrastar-nos-ão a curto/médio prazo. Esse é o nosso tormento porque, na minha opinião, qualquer uma das soluções não oferece garantias de estabilidade para as nossas vidas. Perante isto, repito: intoxicam os ódios, as guerras e o sangue das redes sociais. Há dois dias que parei de ler o meu feed geral, concentrando-me apenas no que cada vez mais me faz falta nas redes sociais: notícias. Deixei de ler pessoas que me merecem respeito pelas suas opiniões. Pessoas essas que revelam não ser capazes de respeitar a liberdade e o pensamento do outro. Em suma, mais país real e menos mundo virtual. Veriam, num ápice, como a vida, o país e o mundo não é assim tão a preto e branco. 

P.S. - Há muito que se materializam os sinais: as redes sociais transformaram-se em campos de batalha. Nesses campos eu não quero estar.  Não consigo. I'm out.





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