Assunção Cristas: a líder necessária?
Assunção Cristas é
candidata à liderança do CDS. Depois de muitas especulações em torno de quem
iria avançar, a antiga ministra da Agricultura assume que quer ir a jogo. Não é surpresa para
ninguém a vontade de Assunção em liderar o povo popular, e com Nuno Melo a
abrir-lhe o caminho, tornou-se mais fácil seguir em frente. São muitos os que profetizam
o fim do CDS com a anunciada saída de Paulo Portas. Sobretudo por o partido se
confundir com ele próprio. Veremos até que ponto Assunção Cristas irá, de facto,
unir um partido. E se Cristas mostrou
determinação e firmeza em muitos momentos no palco do poder, certo é que no
plano interno não é uma militante de base, ao contrário de Nuno Melo, que subiu
a escadaria, degrau após degrau, ano após ano, e fazendo o percurso da chamada
carne assada. Unidade. É, pois,
esta a palavra-chave em torno daquela que caminha para se tornar a próxima
líder do CDS. Sem isso, a vida pelo Caldas vai-lhe correr mal. E se contar com
o facto de António Costa estar para durar no Governo, será muito difícil fazer
uma oposição que rasgue com o passado no Parlamento. Por fim, e naquela
que é a reta final da campanha para as presidenciais, sublinhar apenas que se
há surpresa até agora essa caixinha chama-se Sampaio da Nóvoa. Montou uma
máquina de campanha que bate,aos pontos, os restantes adversários, incluindo
Marcelo. E apesar de as
sondagens não lhe correrem de feição, ultrapassou, em muito, as expectativas
nas ações de rua, no contacto com a população. E ousou ser diferente. Arrisca-se
a obrigar o candidato da direita a ir a uma segunda volta. Se assim for, ganha
a transparência, a democracia e todos nós.
*Crónica de 18 de janeiro de 2016 na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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