Hitler: a rede do mal que nos deixou memórias difíceis de esquecer.
Já perdi a conta ao número de documentários que vi
sobre a II Guerra Mundial e o Holocausto. Lá em casa, alguém costuma dizer-me,
em jeito de palhaçada, que vive com Hitler, tendo em conta a quantidade de
programas gravados na Box. Na verdade, há anos que devoro tudo quanto há sobre
o tema. Acho até que, por mais factos novos que me cheguem, nunca
compreenderei, na plenitude, um dos momentos mais sangrentos e horrendos da
História do século XX. Este fim de semana, entre tantos para ver, decidi-me por
um que me arrepiava sempre que passava por ele com o comando. ‘Hitler, a rede
do mal’. Fala sobre a elite intelectual que serviu as ordens de Hitler e que
executou os macabros planos do ditador. Sem eles, jamais Hitler teria
conseguido. Homens e mulheres, com patologias de infância duvidosas, problemas
psicológicos, desequilibrados. Só personagens assim podiam, de facto, ter
cumprido o caminho da crueldade e capazes de executarem milhões de pessoas. Entre
eles, Heinrich Himmler (o grande responsável pelos campos de extermínio e
concentração e o grande mentor do Holocausto), Joseph Goebbels (de falhado escritor a cérebro
máximo da propaganda nazi), o sinistro Hermann Göring (que
organizou os maiores roubos da história da II Guerra Mundial, a judeus e a
museus e galerias de arte, enriquecendo e vivendo uma vida faustosa enquanto
mandava matar inocentes por toda a Alemanha), Josef Mengele, conhecido como o Anjo da
Morte (o médico chefe da principal enfermaria do campo de Birkenau, parte do
complexo Auschwitz-Birkenau), e que levou a cabo as experiências mais macabras com
humanos, e Ilse Koch, conhecida como a
cadela de Buchenwald, famosa não apenas pelos
atos de crueldade, mas também por colecionar pedaços de peles tatuadas de
prisioneiros dos campos. O que mais me assombrou foi saber, ao detalhe, e com imagens, o que
Mengele fez a milhares de pessoas: injeções com tinta nos olhos, unir corpos de
gémeos para testar base científica que explicasse por que razão algumas mulheres
tinham um filho e outras dois de cada vez (no âmbito do plano de crescimento populacional da Alemanha), colocar pessoas em tanques de água
gelada lá e com temperaturas negativas para testar as suas resistências, amputações
de membros, enfim, podia um manancial de horrores que não acabam. Uma rede de mal que jamais o Mundo esquecerá. É por isso que compreender
o Holocausto será sempre uma missão que nos coloca um peso enorme sobre as nossas
cabeças.
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