Mário Centeno. O homem do dia. Da semana. Do mês.
Ao longo
das últimas duas semanas optei por não escrever uma linha sobre o Orçamento do
Estado 2016. Primeiro, pela injustiça de comentar algo em aberto e que impunha
serenidade. E, em segundo lugar, porque não se pode analisar medidas avulsas
sem conhecer documentos oficiais. Esboços, como muitos comentaram, não passam
disso mesmo. Hoje, o
homem do dia chama-se Mário Centeno, que entrega no Parlamento, esta tarde, o OE deste ano.
Finalmente e a bem de todos nós. É ele o rosto da tal tecnicidade que teve fumo
brando depois de muitos puxões de orelhas de Bruxelas. Obviamente que António
Costa teve o mérito político nas negociações, mas este é o primeiro momento de
palco do ministro das Finanças. O Colégio
de Comissários deu luz verde ao projeto de plano orçamental apresentado por
Portugal. Como já se previa, Bruxelas
mantém o alerta sobre riscos de incumprimento das regras do Pacto de
Estabilidade e Crescimento. E ainda não sabemos, na íntegra, como e onde
foram efetivamente feitos os esforços orçamentais. Além dos impostos sobre a
banca, combustíveis e tabaco. Segunda-feira, na crónica semanal da Antena
Livre, analisaremos, mais ao pormenor, o que nos espera. Seja como for, a
avaliar pelas notícias, há vitórias de Costa, mas também há as outras, as de
Pirro [como o adiamento da
descida da contribuição para a Segurança Social – TSU - para 1,1 milhões de
trabalhadores que recebem até 600 euros]. Este é um orçamento que, desde o início, promete retração do
investimento no país. Veremos até onde a margem da corda, validada por
Bruxelas, esticará. Mas, neste teste decisivo, o Governo passou. ,a bem do país, era este
o desfecho que todos nós desejávamos.
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