Com amor, dedicado ao povo sírio.
Passam, por
estes dias, cinco anos desde que começou o longo e horrendo conflito na Síria. Nos
últimos cinco anos, a guerra matou mais de 260 mil sírios. Os deslocados
contam-se aos milhões. Os números espelham as consequências sociais e
económicas do conflito. O que começou
como um protesto democrático anti-governamental, em março de 2011, rapidamente
se transformou numa guerra civil sem fim à vista. Há cinco anos que a Síria
enfrenta a destruição diária do país, a morte e a fuga de milhões de habitantes.Da dimensão da
destruição provocada na Síria não há dados concretos. Sabe-se apenas que foram
pilhados milhares de tesouros arqueológicos e arrasados vários locais
considerados património mundial, como a histórica cidade de Palmira. A UNESCO
fala mesmo em “crimes de guerra”. Com o aumento
do poder de influência do Estado Islâmico, em 2015, e a consequente fuga de
milhões de pessoas, a maioria crianças, tornou-se urgente voltar a sentar à
mesa todos os intervenientes. Contudo, as conversas encontram vários obstáculos
e têm sido sucessivamente adiadas, sendo que o maior problema que agora se
coloca incide sobre o fecho das fronteiras de alguns Estados europeus, que se
revelam incapazes de gerir o problema. E sem a ajuda da União Europeia não fica
mais fácil. Esta crónica é,
pois, dedicada a todos os refugiados, novos e velhos, que fogem de uma guerra
que não é sua, que merecem paz e não a encontram nos países de acolhimento. Estamos numa encruzilhada e
precisamos mais do que nunca que o Humanismo molde os homens e mulheres que têm
poder de decisão. 4,8 milhões de refugiados,
centenas de milhares na Europa e 6,6 milhões de pessoas deslocadas dentro da
Síria. São estes os números que nos envergonham. E deles já não nos podemos
esconder.
*Crónica de 21 de março na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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