Novo Banco: um problema que se arrasta.
O Novo Banco volta a estar na
agenda pública. E não é pelas melhores razões. Antes de o país saber que está em
curso um processo de despedimento de 500 trabalhadores no âmbito da
reestruturação do banco, já algumas vozes ecoavam a defender a nacionalização
da entidade bancária liderada por Stock da Cunha. Primeiro foi o PCP que apresentou
no Parlamento um projeto-lei para tornar o banco público. Depois foi o PS que
veio admitir discutir da opção caso a venda se tornasse um problema. Para ajudar
à festa Vítor Bento, ex-presidente da instituição, considera que vale a pena
pensar num cenário de nacionalização do Novo Banco, sobretudo para garantir um
maior controlo da banca nacional. A venda da instituição continua a
estar em cima da mesa, depois de uma primeira tentativa falhada. E este parece
ser o argumento de peso para os que defendem a nacionalização: se não se
vender, fica na esfera pública. Pois quanto a mim, esta opção
deverá ser o último recurso. Não podemos continuar a herdar heranças privadas
com gestões desastrosas, com o argumento de que está em causa a estabilidade do
setor financeiro. O Estado tem de se focar na venda
do Banco, com o maior ganho financeiro possível, limitando perdas e recuperar o
mais que conseguir para o Estado e contribuintes. No caso do PCP, que defende a
nacionalização, o mais intrigante é que não explica a opção nem o modelo de
negócio.Sendo certo que é essencial
explorar todas as alternativas e ter um plano B, há uma certeza incontestável:
o futuro do banco será sempre fruto de uma decisão política. Mas seja como for, nós,
contribuintes mal abençoados, não podemos pagar de novo um monstro que durante
décadas serviu para enriquecer uma ínfima parte da privilegiada elite nacional.
*Crónica de 29 de fevereiro de 2016 na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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