Seis anos de «passismo» e um Congresso que não fará História.
Pedro
Passos Coelho é reconfirmado como líder do PSD este fim-de-semana em Espinho. O
conclave laranja marca assim seis anos do «passismo» na São Caetano à Lapa. O encontro,
esse, deverá (e tem de) ser mais de reflexão, já que a disputa da presidência,
essa, está mais do que assente. Mais do que acalmar algumas hostes internas,
Passos que atravessa agora um caminho de autêntico deserto, tem a obrigação de
mudar a agulha. Como diz Paulo Rangel, numa entrevista ao Público, «o partido
já teve tempo de se adaptar e devíamos já estar numa postura mais interventiva
e agressiva». Unir
o partido não é, como em tantos congressos passados, o mais importante,
sobretudo quando esse mesmo partido esteve com ele nos últimos quatro anos de
governação. A grande questão é saber como irá Passos posicionar-se enquanto
líder do maior partido da Oposição, depois de um longo e penoso momento de governação a meias com a Troika. Até agora pouco se tem visto, sem grande
confronto à governação à esquerda. Além disso, também a relação com o novo
inquilino de Belém terá de se fortalecer. Tem sido notório o afastamento entre
Marcelo e o PSD e vice-versa. E isso também não é bom para eventuais consensos
políticos futuros e sempre reclamados pelos partidos de poder nos últimos anos
em Portugal. História pouco se fará em Espinho. Seja como for, o PSD precisa
rapidamente de encontrar uma estratégia acertada de Oposição. Se não o fizer
correrá um risco maior ainda quando voltar às urnas. A ver.
Comentários