Um dia no Campus de Justiça e um pedido, sr. Presidente!
Quem me
conhece sabe que acompanho diariamente a vida política nacional. Sempre de
forma intensa. Um defeito que me há-de acompanhar a vida toda. Hoje, no dia em
que o país assistiu à tomada de posse do novo Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, estive offline. Apenas num ou noutro momento conseguia ligar a TSF no meu telemóvel. Quis o destino que passasse o dia enfiada num tribunal, na
qualidade de testemunha num processo que corre e corre na barra. Já li, já vi,
já ouvi o discurso e hei-de falar sobre o dia histórico mais tarde. Mas neste
dia, em que um novo sopro de mudança corre em Belém, também me revoltei,
sentada, horas e horas, numa sala de espera no Campus de Justiça, em Lisboa. A frase comum de
que a Justiça é lenta e pode, de facto, minar o sistema, vai muito além desse
chavão usado recorrentemente. Sei-o por experiência própria, enquanto
jornalista, e na qualidade de cidadã. A realidade prova-o sempre que entro num
tribunal. A morosidade, a lentidão e a burocracia processual do sistema são
cancros que precisam ser travados. Todos os Governos, sem exceção, colocam no
topo das prioridades o combate a esta lentidão do sistema. Contudo, na verdade,
em 2016 tudo se mantém como há uma década. Longas horas de espera, entraves
constantes, tempo gasto e perdido que custa dinheiro aos bolsos dos
contribuintes, e uma sensação arrepiante por parte dos homens e mulheres que
fazem cumprir a lei neste país de que tudo está bem. Não está. E já que hoje há
um novo Presidente a dormir em Belém talvez fosse uma boa ideia colocar a
Justiça e os seus problemas na agenda mediática. Talvez, não sei, é só uma
ideia.
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