Ravensbrück. O horror nazi e as mulheres.
Ravensbrück. Situado a 90 km a norte de
Berlim, assim ficou conhecido o campo de concentração exclusivamente para
mulheres, tantas décadas na sombra da Cortina de Ferro, esquecido e silenciado
por tantos. Entre milhares que pereceram à mercê do regime nazi, para lá
daqueles portões e muros, passaram 130 mil mulheres. Sarah Helm decidiu mostrar
ao mundo os horrores e a história nunca antes contada. «Se isto é uma mulher» -
numa referência ao famoso livro de Primo Levi nos martírios de Auschwitz – está
disponível em Portugal pela Editorial Presença. Tinha-o na prateleira desde o
meu último aniversário, oferecido pelo meu irmão, João Clara.
Todos os dias olhava para ele numa simbiose de vontades e recusas permanentes.
Ao longo de mais de 700 páginas, enquanto mulher, revivi, durante três duras
semanas de leitura, sobretudo noturna, um terror que até hoje nunca tinha
sentido, mesmo lembrando-me de tudo o que já li sobre Auschwitz, Treblinka ou
Dachau. Um horror perpetuado contra as mulheres. Tal como disse Sara, «ignorar
Ravensbrück não é só ignorar a história dos campos de concentração, é também
ignorar a história das mulheres». É por isso que vos digo, recusem, recusem
sempre que preciso for. Em liberdade e consciência.
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