A vida lá dentro, onde as grades suspendem o futuro.
Vi ontem e hoje as duas reportagens da TVI em duas cadeias portuguesas. Goste-se ou não do género jornalístico da estação de Queluz, vi, em ambas as peças, homens, condenados, que pagam com a vida, corpo e alma, o mal que fizeram cá fora. Pessoas, de carne e osso, que são gente, que são homens e mulheres, a quem a sociedade tem e deve dar uma segunda oportunidade. Duas reportagens que mostram, nua e cruamente, a destruição de famílias inteiras. Solidão que vem e não regressa. Vidas suspensas num país também ele suspenso e que, ao contrário do que muitos querem fazer crer, ainda tem muito de que se envergonhar. Não, não havemos de conseguir sorrir enquanto a miséria, a pobreza e os mais fracos estiverem sozinhos à mercê de um sistema que faz o que pode e o que pode já é muito.
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