Produtividade parlamentar: avaliação? Não, isso não é para nós.




Somos constantemente confrontados pela classe política da necessidade de avaliação dos portugueses. Seja na Administração Pública, seja no privado. Contudo, quando a faca se crava em cima dos papagaios do regime é que a «porca torce o rabo», como diz o ditado. Ora, serve isto para abordar esta semana, o relatório pedido pela direção da bancada parlamentar do PS sobre assiduidade, número de intervenções dos seus deputados e respetiva produtividade. Relatório feito, preguiçosos descobertos. Claro está que logo se levantaram vozes contra a radiografia de trabalho da bancada parlamentar socialista. O que me choca, enquanto cidadã, contribuinte e eleitora, é ver muitas virgens ofendidas reclamarem contra aquilo que passam a vida a defender. Ora os deputados são eleitos por todos nós. Homens e mulheres que passam a vida no Parlamento a defender a causa pública, a boa gestão, práticas honestas e leais quando o assunto é o funcionalismo estatal ou os caciques partidários. Mas quando o mesmo princípio da avaliação se aplica a eles, cai o Carmo e a Trindade. Há muito que sabemos que há, na Assembleia da República, parasitas, gente que falta a bom valer, que não mete os pés em comissões especializadas e que não participa em debates nem na sua preparação. Basicamente, homens e mulheres que elegemos em nome de…nada. É por isso que aplaudo este relatório do PS. É por isto que ele deve servir de exemplo não só às restantes bancadas parlamentares como às direções partidárias. Só escrutinando a produtividade dos seus quadros é possível construir um sistema mais transparente e cada vez menos podre.



Crónica de 3 de outubro na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.

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