Autárquicas 2017: o papel dos independentes




Quem aterrar em Portugal por estes dias não dará conta de que este ano há eleições no país. As autárquicas de 1 de outubro, por enquanto, mexem pouco, resumindo-se apenas às estruturas dos partidos e ao parco destaque na imprensa que acompanha de forma transversal o tema.
Esta semana quero falar dos candidatos independentes que ganham terreno no país, pelo menos desde 2001.
São ainda números por fechar, mas segundo a Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes, as autárquicas de 2017 vão contar com mais 70% de candidaturas independentes em relação às de 2013.
Ou seja, até ao momento há 150 independentes na corrida, contra os 88 de há quatro anos.
Há muito que esta nova vaga de independentes mostra que o país se cansou dos partidos e que os cidadãos começam a olhar para os candidatos sem cartão partidário de forma mais séria.
Contudo, apesar de este ser um lado positivo do problema, a verdade é que muitos destes candidatos têm no currículo vínculos de cartões – seja à esquerda ou à direita.
E muitas vezes é cinzenta a linha em que se colocam, não sabendo os eleitores se essa ligação se fechou só para eleição vencer ou se realmente não já há quaisquer ligação aos partidos.
Seja como for, o afastamento dos cidadãos dos partidos é um sinal que persiste, e ao contrário do que devia ter acontecido, continuamos a ver as teias das hierarquias do Estado, autarquias incluídas, povoadas de boys e girls dos principais partidos de poder do país.
A escolha, no entanto, está nas nossas mãos. E cabe-nos a nós, cidadãos e eleitores, escolher os melhores à luz do que sabemos. 

*Crónica de 29 de maio, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

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