Agricultura de precisão: o futuro é agora

O ministro Capoulas Santos e o comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan
Foto: Ana Clara

Na semana passada Lisboa foi palco da I edição da Agri Innovation Summit, um evento de cariz internacional, promovido pela Comissão Europeia e que contou com o apoio do Governo português.

Esta semana quero falar desta iniciativa, não só pela importância que ela representa para a agricultura europeia, mas também para o desenvolvimento económico do nosso país.

Este evento, no qual participei, pretendeu fomentar o debate sobre a inovação e digitização na agricultura e zonas rurais, agora e após 2020.

Marcaram presença cerca de 600 agricultores, startups, Redes Rurais Nacionais, decisores políticos, autoridades de gestão, consultores e investigadores de toda a União Europeia.

Ao contrário da maioria das conferências e eventos a que estamos habituados em Portugal, estáticos, sem o envolvimento direto dos agricultores, durante dois dias os intervenientes puderam partilhar experiências e debater novas formas de inovação práticas, que melhoram e promovem as melhores práticas agrícolas em toda a União Europeia.

Num contexto de abertura dos mercados à oferta exterior, torna-se necessário reestruturar o setor, de modo a torná-lo economicamente viável e competitivo.

O despovoamento de muitas áreas rurais, decorrente do êxodo rural e da emigração, exige a revitalização destas regiões, através da descoberta das suas potencialidades endógenas e da diversificação das suas bases produtivas.

Para isso têm contribuído, e muito, as novas tecnologias, a digitalização no apoio ao setor, a chamada agricultura de precisão que, no caso de Portugal, tem muitas explorações agrícolas a desenvolverem as suas áreas de negócio.

Por essa razão, esta Agri Innovation Summit, que ocorreu pela primeira vez em Portugal, assume contornos decisivos para a agricultura portuguesa, que vive dias difíceis devido à seca que atinge o país e coloca em risco várias culturas.

A Agricultura portuguesa é hoje mais competitiva, tornou-se num setor dinâmico que impulsiona as exportações e gera valor. Por essa razão é essencial que os governos e a sociedade civil compreendam a importância de que se reveste.

Além disso, será com ela que conseguiremos garantir a sustentabilidade agroalimentar do país, decisiva para o futuro das gerações vindouras e das atuais.

Que saibamos protegê-la e apoiá-la. Sem agricultores de ponta e um rumo estratégico definido, tudo, mas mesmo tudo, será em vão.

Crónica de 16 de outubro de 2017, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.

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