Pensamento Livre: tem tudo a ver
Os pensadores não sabem nada e os ignorantes sabem tudo.
Ter dúvidas é um privilégio. Os tipos sensíveis, como eu, sofrem do
prazer-dor-certeza e do prazer-dor-incerteza.
Texto: João Barbosa
Jornalista e escritor sobre Vinhos
Foto: Sapo |
Quem é esta gente sensível? Malta que se importa com a
estética das coisas, de todas. Não o bonito e o feio, mas um conjunto de características
que podem elevar a fealdade ao nível da beleza e atirar o bonito para o fosso
do bonitinho – algo abaixo do feio.
Não tem a ver com bom-gosto nem com competência
artística ou competência para avaliar um objecto – material ou espectral. Para
algumas pessoas, que não entendem ou não querem, a esta sensibilidade designam
por bichice – ainda que a orientação sexual possa ser uma qualquer.
Como ignorante, tenho a certeza de que existem poetas
maus. Aliás, acuso alguns de serem injustamente acusados de serem poetas. Como
tenho alguns estudos, contraponho que escreveram alguma coisa de jeito e que,
dentro de 20 anos, estarei a lamentar uma declaração ácida.
Os sábios prudentes calam-se. Assim como os ignorantes inteligentes e conscienciosos. Os atrevidos habilitam-se a ensaios de pancadaria – figurada ou real. Em qualquer área do saber, mas neste assunto da estética é mais agudo, porque há uma linha: a da moda. A moda é uma efervescência, se for boa será a ruga do charme, se for má é a verruga.
A minha ideia era escrever sobre vinho, que é um assunto
sério – desafio da chefe. É importante como qualquer artefacto. Há a arte, o
artesanato, a moda, o bonitinho, o cínico e uma multidão de coisas mais e
interacções de todas as parcelas.
Como (agora) não me apetece escrever sobre vinho e
espero que a Ana Clara me continue a deixar opinar aqui, decidi adiantar o tema
da sensibilidade como um prefácio. Assumido atrevido, deixo para pensamento –
se me lerem e me derem importância – algumas palavras:
– Manuel Alegre
– Mateus Rosé
– Vinho de Colares
– Adriano Moreira
– Azul
– Trovoada
Foto: Largo do Paço |
Prometo que – se a Ana Clara permitir regressar –
escreverei sobre estas palavras e mais algumas. Palavra de artificioso.
Agradecimento: Platonismo Político agradece a João Barbosa ter
aceite o convite para escrever neste espaço que se pretende plural, aberto,
transversal. As palavras que nos deixas, João, são de uma sensibilidade
profunda e ao alcance de poucos. Cada um de nós, com a sua alma, as suas origens, o seu peso da vida
lerá cada uma delas – e todas na sua globalidade – de uma forma única e intensa.
Regressarás quantas vezes quiseres. E fica, desde já, a promessa aos leitores
platónicos, de que o João voltará a escrever muito em breve. Obrigada uma vez
mais.
Conheça melhor o João através dos seus blogues:
Comentários