Rui Rio: o primeiro tiro no pé de um candidato austero
Precisei de algum tempo para analisar a apresentação oficial de Rui Rio na qualidade de candidato à liderança do PSD.
Quanto ao posicionamento que quis, desde já, fazer, nada a apontar. Era óbvio o discurso ao centro, de quem sabe que para ganhar seja em que condição for, terá de recuperar o velhinho eleitorado. Eleitorado esse que a Troika e Pedro Passos Coelho tudo levaram e que a Geringonça ajudou a roubar.
Posto isto, o lançamento da sua candidatura revestiu-se em forma de tiro no pé, e em grande escala.
Bem sabemos a forma como Rio lida com a comunicação social. Nunca percebi se se trata de arrogância pura ou se se assemelha ao desprezo como Cavaco tratava os jornalistas.
Porém, há uma coisa que eu sei. O que aconteceu na quarta-feira foi um mero ato público. Declaração pública. Chamem-lhe o que quiserem. Mas não foi uma conferência de imprensa. Sem direito a perguntas? (Uma manha dos tempos recentes, imposta por políticos que se dizem democratas).
Mais grave que a atitude de um homem que tem aspirações à governação do país é a reação dos meus colegas, que, nunca entendi porquê, aceitam as regras do jogo do protagonista.
Tudo isto revela o nível e a qualidade de alguns dos conceitos que mais se ouvem quando se fala de democracia e liberdade: políticos e jornalistas.
É simplesmente triste.
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