Dois anos de Governo e polémicas desnecessárias



O aniversário dos dois anos do Governo de António Costa trouxe à tona um vício antigo do PS, que noutros tempos, com José Sócrates, já eram um clássico.

A história é simples: as celebrações, em Aveiro, onde decorreu este fim de semana um conselho de ministros extraordinário, contou com a participação de 50 portugueses que marcaram presença para fazer perguntas aos membros do Governo e ao primeiro-ministro.

Tudo seria normal se esta meia centena de cidadãos não custasse ao erário público 37 mil euros, segundo as contas do Jornal Sol.

Diz o jornal que a cada foi será pago 200 euros, mais despesas de deslocação, alimentação e estadia.

Dirão muitos que este episódio não passa de um fait divers para alimentar mais uma polémica da nação. Porém, se juntarmos todos os fait divers de décadas de democracia e gastos deste tipo, provavelmente o panorama para muitos já não seria o da desvalorização.

Numa década em que tanto esforço foi e continua a ser pedido aos portugueses, num país que não é rico, numa nação que paga salários indignos e cobra impostos de forma pidesca, casos como este transformam o Estado e os seus dirigentes em personagens e figuras amorais, indignas dos contribuintes que suportam festins destes com o dinheiro público.

Enquanto cidadã quero que os meus impostos sirvam o Estado social: a Saúde, a Justiça, a Educação, os mais pobres. E tenho o direito de acusar o Estado de ser um gastador quando aos que o suportam pede contenção.

Sobre os partidos que governam este país há décadas está tudo dito. Sobre os seus líderes também.

*Crónica de 27 de novembro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR 

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