Diretas no PSD: a escolha é entre os "velhos" da São Caetano


No próximo dia 13 de janeiro há eleições diretas no PSD. A escolha é entre dois homens que representam dois velhinhos PSD, para muitos, de má memória.

Pedro Santana Lopes e Rui Rio têm nas mãos a oportunidade de ouro para reconstruírem um partido que se encontra à deriva.

Nestas semanas de campanha eleitoral, percebe-se que estão a desaproveitar a oportunidade.

Ideias, debate ideológico, troca de convicções, nada, zero.

No primeiro frente-a-frente, na semana passada, na RTP, a tensão foi quem mais morou em cima daquela mesa sendo o prato principal o passado, o triste passado num tremendo ato cénico, onde o lavar de roupa suja foi protagonista.

Diga-se, em abono da verdade, muito por culpa de Santana Lopes, que sendo um animal na retórica política, não resistiu a lançar farpas e a carpir mágoas do passado, ante um Rio que tremeu e não contava com tanto ataque vindo de Santana.

Só quem não conhece o antigo primeiro-ministro pode espantar-se com esta manobra. Santana é exímio no improviso, é o rei do drama e desta vez conseguiu algo ainda melhor: preparou toda essa natural forma de ser político, o que fez com que mostrasse ao que vem.

Clivagens ideológicas é certo que as há. Rio, calculista, racional e homem de ferro como gosta de se autointitular, sabe que o seu discurso é impopular. Já Santana é o oposto, e tirando a já gasta chama do PPD/PSD de Sá Carneiro, nada, mas mesmo nada de concreto se viu ainda nesta campanha interna.

Uma coisa é certa, os militantes do PSD sabem que no próximo sábado vão escolher um líder do passado, que não agrega a família laranja nem traz consigo rasgos de esperança. Essa é, decerto, por estes dias, a maior angústia que lhes tolda o pensamento.


Resta saber se a escolha, seja ela qual for, será a melhor para recompor o partido e recuperar terreno nas legislativas de 2019.

*Crónica de 8 de janeiro de 2018, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

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