Florestas: tudo não é demais
Num fim de semana marcado pela ação de marketing do Governo
e Presidente da República nas matas nacionais, o país que leio por aí parece ter enlouquecido.
Pese embora o show off de televisões, jornais e rádios atrás
de ministros, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, a verdade é que não
consigo entender as críticas para com a iniciativa.
O poder político, apesar de cometer muitos erros, começa a
perceber na pele o que foi o dramático ano de 2017, agora que passou o tempo
suficiente para olharmos todos para trás.
Muitas das ações foram só para inglês ver? Foram, bem
sabemos. Mas a sensibilização de um Governo e a atitude também contam e, pela
primeira vez, vimos governantes a dizer ao país que também não esquecem e que é
preciso cuidar para não voltar a perder.
O país da maledicência continua sempre a pisar o risco e a
criticar tudo quanto se faça vindo de cima.
E isto corrói um sistema, não anima uma sociedade e antevê
sempre jogos de forças que não são úteis à intenção.
Todos nós fomos e seremos negligentes se não cuidarmos do
que é nosso. Não esperemos que o Estado o faça por nós, porque esse mesmo Estado
já é negligente o suficiente para se preocupar connosco.
Mas se estas ações, ainda que mais de circo do que outra
coisa, servirem para mobilizar as populações então, meus caros, já valeu a
pena.
O que sucedeu em 2017 não pode voltar a acontecer. E todos
nós, estou certa, somos assombrados por esse medo permanente.
Se todos fizermos um pouco, naquilo que está ao nosso
alcance, tenho a certeza que saberemos enfrentar os problemas que as alterações
do clima e os incêndios nos estão já a trazer neste presente de que é hoje.
*Crónica de 26 de março na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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