Legislativas 2019: o crivo da credibilidade continuará a ser miragem?
Rui Rio começou mal, muito
mal, o caminho à frente dos destinos do PSD.
A comunicação social está a
destapar feridas de começo, numa espécie de morto antes de o ser. E torna-se
mais penoso, quando o próprio Rio começou a caminhada dizendo, alto e bom som,
que só sabia agarrar desafios assim, com pressões. Digamos é que cada peixe que
vem à rede está difícil de parar.
Primeiro Elina Fraga, que
chega à direção laranja com um legado de populismo e de má gestão na sua
passagem pela liderança da Ordem dos Advogados.
Depois o processo da bancada
parlamentar e a eleição de tormenta de Fernando Negrão.
E agora o secretário geral
Feliciano Barreiras Duarte que mente no currículo e nas despesas de
representação enquanto deputado.
Rui Rio está a ser o oposto
do que lhe conhecemos: descuidado, intempestivo nas reações e que demora muito
a resolver os problemas na raiz.
Este PSD não pode começar a
travar a batalhar das legislativas de 2019 com gente tão fraca como despida de
caráter.
Se os casos se sucederem, e tão cedo não vão parar, a sua liderança
sairá descredibilizada antes sequer da primeira prova de fogo.
O país e os eleitores merecem
partidos de poder fortes, com quadros qualificados, homens e mulheres que se
afastem das gerações fracas da política.
Porém, continuamos a ver mais do
mesmo. Homens e mulheres que procuram na política o brilho que nas suas vidas
profissionais não conseguiram alcançar.
É pena, porque depois de uma
década tão negra que vivemos, continuamos a chegar à conclusão que eles não
aprenderam nada. E o crivo da credibilidade, na hora de votar, é cada vez mais
uma miragem.
Veremos até onde Rui Rio
consegue segurar o barco. Até agora, foi sempre a afundar, sem vislumbre de
resgate definitivo.
*Crónica de 19 de março, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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